A Academia Pernambucana de Letras é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 26 de janeiro de 1901, por Carneiro Vilela e mais 19 escritores pernambucanos.
Primeira reunião da APL
A 6 de fevereiro de 1901, a Academia Pernambucana de Letras realizou sua 1ª reunião ordinária, sob a presidência de Carneiro Vilela. Nessa ocasião foi debatido e aprovado seu Regimento Interno e procedida a escolha da Diretoria que deveria assumir o seu comando daí em diante.
Foram eleitos João Batista Regueira Costa e Antônio Joaquim Barbosa Viana, respectivamente como secretário e tesoureiro. Os demais membros da diretoria foram indicados por sorteio, única ocasião em que esse procedimento foi adotado pela APL.
Coube a Manuel Teotônio Freire o cargo de Presidente, a Artur Orlando, o de 1º Vice-Presidente, a Luiz de França Pereira, o de 2º Vice-Presidente, a Eduardo de Carvalho, o de 2º Secretário, e a Alfredo Pereira de Carvalho, o de orador. A posse das comissões nomeadas, foi imediata.
Apesar do prestígio que sempre gozou entre os demais acadêmicos, o período de Carneiro Vilela como Presidente da APL foi bastante curto, apenas de 11 dias, ou seja, de 26 de janeiro a 6 de fevereiro de 1901.
Reorganização da APL
A 27 de março de 1920, no prédio da antiga Associação dos Empregados no Comercio, localizado na Rua da Imperatriz, realizou-se o que se chamou de sessão de reorganização da Academia.
Na ocasião, Gervásio Fioravanti, procurando ressuscitar a APL, inativa desde 1910, sugeriu, para preencher as vagas existentes, nomes de eminentes intelectuais, para os quais pediu o apoio dos colegas, enfatizando, na ocasião, a conveniência de se admitir uma mulher nos seus quadros.
Assim, sem eleição e resultante de um amplo acordo, foram indicadas, para ocupar as oito Cadeiras vagas as seguintes expressões literárias e culturais da época: Andrade Bezerra, Barreto de Menezes, Edwiges de Sá Pereira, Gonçalves Maia, José Pereira Alves (Dom), Mário Melo, Oliveira Lima e Zeferino Galvão.
Em sessão solene realizada em 10 de abril de 1920 a APL empossou os novos membros e retomou sua vida ativa.
Primeira reforma estatutária da APL
Considerando a necessidade de abrigar um número maior de literatos a APL aprovou, em 1921, sua nova Lei Orgânica com a emenda Mário Melo, ampliando de 20 para trinta o número de suas Cadeiras.
Para patronos das novas Cadeiras foram escolhidos os seguintes nomes:
Cadeira 21 – Joaquim Maria Carneiro Vilela (ex-ocupante da Cadeira 8 e que havia falecido a 01.07.1913)
Cadeira 22 – Frei Leandro do Nascimento
Cadeira 23 – Francisco Phaelante da Câmara Lima (ex-ocupante da Cadeira 2 e que havia falecido a 29.01.1909)
Cadeira 24 – Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (ex- sócio-correspondente da APL)
Cadeira 25 – José Izidoro Martins Júnior (ex-ocupante da Cadeira 13 e que havia falecido a 22.08.1904)
Cadeira 26 – João Batista Regueira Costa (ex-ocupante da Cadeira 7 e que havia falecido a 02.06.1915)
Cadeira 27 – Monsenhor Joaquim Pinto de Campos
Cadeira 28 – Luiz Álvares Pinto
Cadeira 29 – Padre Antônio Gomes Pacheco
Cadeira 30 – Aníbal de Mesquita Falcão
Para preenchimento das novas Cadeiras, foram, de conformidade com as disposições estatutárias, eleitos dez novos acadêmicos:
Cadeira 21 – Eustórgio Wanderley, eleito a 18.02.1922
Cadeira 22 – Armando Taborda de Souza Gaioso, eleito a 18.02.1922
Cadeira 23 – Manuel Neto Carneiro Campelo, eleito a 18.02.1922
Cadeira 24 – Oscar Brandão da Rocha – eleito a 14.08.1921
Cadeira 25 – Layette Edgar Poggi de Lemos Duarte – eleito a 14.08.1921
Cadeira 26 – Nestor Diógenes da Silva Melo – eleito a 29.03.1932
Cadeira 27 – José Maria da Costa Rego Júnior – eleito a 12.10.1921
Cadeira 28 – Raul da Costa Monteiro – eleito a 12.10.1921
Cadeira 29 – Mário Rodrigues Sette – eleito a 04.08.1921
Cadeira 30 – Augusto Lins e Silva – eleito a 12.10.1921
Vale registrar que esses dez novos acadêmicos são fundadores, no sentido de terem sido os primeiros ocupantes de suas respectivas Cadeiras, mas não são considerados fundadores da APL.
Segunda reforma estatutária da APL
Em 1960, por proposta do acadêmico Mauro Mota (apresentada em sessão do dia 13 de janeiro de 1959 e aprovada na sessão seguinte, de 20 de janeiro), o número de acadêmicos foi ampliado para quarenta, seguindo o modelo da Academia Francesa.
Como já acontecera anteriormente, ao ser feita a ampliação do quadro social, alguns dos antigos membros efetivos, já falecidos, passaram à categoria de patronos de algumas das Cadeiras recém-criadas.
Foram os seguintes os patronos escolhidos para essas dez novas Cadeiras:
Cadeira 31 – Manoel de Oliveira Lima (ex-sócio-correspondente e ex-ocupante da Cadeira 11 da APL)
Cadeira 32 – Francisco Augusto Pereira da Costa (ex-ocupante da Cadeira 9 da APL)
Cadeira 33 – Alfredo Ferreira de Carvalho (ex-ocupante da Cadeira 11 da APL)
Cadeira 34 – Antônio Vicente de Andrade Bezerra (ex-ocupante da Cadeira 6 da APL)
Cadeira 35 – Antônio Pedro de Figueiredo
Cadeira 36 – Olegário Mariano Carneiro da Cunha (ex-membro da Academia Brasileira de Letras)
Cadeira 37 – José Higino Duarte Pereira (ex-sócio- correspondente da APL)
Cadeira 38 – Antônio Mendes Martins
Cadeira 39 – Mário Carneiro do Rego Melo (ex-ocupante da Cadeira 15 da APL, depois transferido para a de nº 3)
Cadeira 40 – Mário Rodrigues Sette (ex-ocupante da Cadeira 29 da APL)
Essas novas dez Cadeiras foram, através de eleições, ocupadas pelos seguintes acadêmicos:
Cadeira 31 – Francisco Montenegro, eleito a 27.06.1961
Cadeira 32 – Amaro Soares Quintas, eleito a 27.06.1961
Cadeira 33 – Laurênio Lins de Lima, eleito a 27.06.1961
Cadeira 34 – Ruy de Ayres Bello, eleito a 20.11.1962
Cadeira 35 – Evandro Muniz Neto, eleito a 20.11.1962.
Vale registrar que o jurista Evandro Neto faleceu, sem tomar posse, a 27 de setembro de 1963. A 5 de outubro de 1965, seria eleito Marcos Vinícios Vilaça, que foi, portanto, o primeiro ocupante – e, portanto, sócio-fundador – desta Cadeira.
Cadeira 36 – Monsenhor Francisco Apolônio Jorge Salles, eleito a 20.11.1962
Cadeira 37 – José Antônio Gonsalves de Melo, eleito a 18.07.1967
Cadeira 38 – Eugênio Teixeira Coimbra Júnior, eleito a 18.07.1967
Cadeira 40 – Rui João Marques, eleito a 02.07.1970
Deve-se novamente registrar que esses novos dez acadêmicos são fundadores (primeiros ocupantes) de suas respectivas Cadeiras, mas não são considerados fundadores da APL.